3.07.2006

O RACISMO E O CARDIOLOGISTA

Não é de hoje que o racismo é pauta dos jornais. Mas a cada novo acontecimento envolvendo brancos e negros que se insultam, seja através de xingamentos mútuos ou gestos, as manchetes voltam às capas. Agora, os personagens dessa velha e antiga história são os jogadores de futebol dos times Grêmio e Juventude. O do Juventude, após ser expulso de campo, fez um gesto preconceituoso para o jogador do Grêmio, referindo-se à cor do adversário; embora negue. E por isso, dirigentes, esportivos, comentaristas de TV , jornalistas e, é claro, pessoas ligadas aos movimentos negros estão pedindo a cabeça do jogador. Não querem suspensão de mais de 400 dias. Querem o fim da carreira do jogador do time de Caxias do Sul. Estão clamando pela sua aposentadoria.

Mas afinal, o que fez o jogador do Juventude é tão grave assim?

Bem, sabe-se que os jogadores de futebol, durante a partida, ficam extremamente agitados, são pressionados o tempo inteiro. Quando querem, se transformam em grandes artistas. Mas não estou falando das habilidades que eles mostram com a bola nos pés, não. Falo que são grandes atores, na hora de cavar uma falta, de expressarem dor, de demonstrarem profundas indignações, de implorarem por um pênalti onde não existiu. Os jogadores de futebol demonstram uma sensibilidade, um senso de justiça fora do comum, mas não exitam em implorar por um pênalti que vai definir o jogo, mesmo que esse pênalti nunca seja sofrido.

A dor desse jogador do Grêmio, que chorou em uma entrevista, será verdadeira? Muitas vezes os próprios negros são preconceituosos. Sim. Sei que estou em um campo delicado, mas mantenho meu ponto de vista. Dá para contar nos dedos os negros ricos que se casam com negras pobres. Olha, pra falar bem a verdade, estou pensando em nomes desde ontem, mas só o que consigo me lembrar é o do cantor sambista Dudu Nobre, que é casado com a bailarina Adriana Bombom. Não lembro de nenhum outro. Juro! O próprio jogador, que se diz tão profundamente ofendido tem como companheira uma loira digna de capa da Playboy.

Veja bem, não sou racista. Tenho amigos negros, para os quais demonstro maior respeito e carinho. Não aprovo atitudes como relacionar negros com macacos; isso é ofensa. Mas no caso do jogador do Juventude, não vejo algo tão grave. Durante minha infância e adolescência, na escola, por muitas vezes fui chamado de alemão batata, barata branca, polaco, galego, branca de neve, pernas de eclipse, alemão; e nem por isso saí por aí querendo processar Deus e o mundo.

As dimensões que a mídia do país inteiro deu à esse caso ultrapassou a infeliz história do cardiologista que foi assassinado por bandidos em Porto Alegre, quando acionava o alarme de sua residência. Essa história sim, é digna da mais profunda indignação. Mas a mídia prefere dar ênfase às lágrimas do jogador, que ganha a vida correndo de um lado para o outro num campo de futebol, do que aos lamentos da viúva do cardiologista, que durante sua existência, salvou milhares de vidas. Estão condenando muito mais o jogador racista do que o assassino de quem dedicou sua vida à salvar a vida dos outros.

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Eu estive lá: Aproveitando o que aconteceu ontem nesta cidade e que virou manchete de todos os jornais da televisão, hoje vou estreiar essa coluna falando de Santo Antônio de Jesus, cidade do interior da Bahia, de aproximadamente 20.000 habitantes. Estive em Santo Antônio de Jesus em setembro de 2004, e fiquei apenas uma semana. Trabalhamos para pouco público e seguimos para Feira de Santana. O circo foi armado em frente a um cemintério desta pequena cidade, que mistura na mesma rua, o mini shopping, com meia dúzia de lojas; o hospital e dezenas de funerárias. Nunca vi tantas! Em todos os lugares, em qualquer beco, lá tinha uma funerária! E como morre gente! Nossa Senhora! Santo Antônio de Jesus é uma cidade muito misteriosa e, por isso, não me causou espanto saber que há dois dias caiu por lá o que supostamente é um pedaço de asteróide.

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E por falar em viagens... Hoje embarco num avião da TAM rumo à São Paulo, para trabalhar, já a partir desta semana no Circo Spacial. A viagem é curta, mas o medo de avião é grande. Não me entra na cabeça a idéia de que uma geringonça gigantesca como o avião consegue ficar lá em cima, pertinho de Deus. É pura mágica, é puro milagre! Mas tudo bem. Aos meus amigos, deixo um abraço e a certeza de que são todos muito importantes para mim. E à todos da minha família, quero dizer que amo muito vocês. Estarão sempre me acompanhando onde quer que eu esteja. Logo estarei de volta, matando a saudade. Não estou mais correndo atrás de um sonho distante, estou seguindo aquilo que eu acredito, que tenho como objetivo. E agora, tudo vai dar certo! Continuem lendo meu blog, continuarei postando quase todos os dias, pois a partir de agora, novas aventuras virão e todas elas serão as minhas histórias... As Histórias do Strapa. Um grande abraço à todos!

2 comentários:

Anônimo disse...

Oiii... Muito boa suas Historias... continue assim Vc vai c dar muito bem na vida...
Bjoosss!!!
.::VituXa::.

Anônimo disse...

Tenho lido seus textos ...

Sou "strapa" ou melhor, STRAPAZON...

morava em POA .....
espero que você tenha sucesso nessa nova jornada...
abraço,
Henrique