9.27.2006

REINVENTAR O CIRCO ASSIM É MUITO FÁCIL!

Há dias estou querendo comentar a vinda do renomado Cirque du Soleil para o Brasil, mas ainda não tinha em mente as palavras certas que gostaria de escrever. Mas ontem, ao assistir uma reportagem do Jornal da Globo sobre a "reinvenção do circo", me considero apto a opinar sobre o tema.

O Jornal da Globo foi completamente infeliz com a reportagem, pois deixou claro que o circo só existe nos dias de hoje graças à companhias como o Soleil e ao novo e pouco falado Circo Roda Brasil, que está armado no Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo. O telejornal só ocultou alguns PEQUENOS detalhes: O Soleil nasceu no Canadá, recebe dinheiro do governo, cobra ingressos em dólar e trabalha para um público rico e culto. Tanto é que, para a companhia vir ao Brasil, o Ministério da Cultura precisou desembolsar R$9.000.000,00. Sabe o que é isso? Isso é nove milhões de reais!!! E os canadenses queriam mais 6 milhões para a turnê no Rio de Janeiro. E o preço dos ingressos? O mais barato, aquele que esgotou logo na primeira semana de vendas custava R$150,oo.

Bom, deixemos o Soleil de lado, e vamos para o segundo caso, o Roda Brasil, coordenado pelo ator de TEATRO Hugo Possolo. Sem dúvidas, Possolo é um ator talentoso, mas não é um circense. Fiquei espantado ontem, quando o vi sendo entrevistado, e mais do que isso, sendo alçado ao posto de responsável pela sobrevivência do circo.

Com todo respeito, ele não reinventou o circo. Nem ele nem o pessoal do Soleil. Eles apenas misturaram a arte circense com o teatro e assim, conseguiram tirar a essência do circo. O Roda Brasil não depende de bilheteria, pois têm grandes patrocinadores. A sua lona não foi adquirida com o sacrifício pelo qual todos donos de circos brasileiros passam para poder adquirir seus materiais.

Se a reportagem era sobre circo, quem deveria ter sido entrevistado era Orlando Orfei, que há 85 anos vive sob uma lona, ou Beto Carrero, que mantém vários circo percorrendo o território nacional, ou ainda Marlene Querubim, que realmente inovou com os espetáculos do Circo Spacial, mas não arrancou dos espetáculos aquele conceito de circo que todas as pessoas tem na mente.

Circo, para ser circo, precisa ser circo!

O Jornal da Globo também citou que os espetáculos modernos não têm nem animais, nem locutor. O Le Cirque, por exemplo, é, talvez, o circo brasileiro com o espetáculo mais moderno. Seus espetáculos contam com um show de luzes que valem o ingresso pago na bilheteria e nem por isso, tiraram os animais do picadeiro. Elefantes, camelos, cavalos, girafas e até um rinoceronte branco são apresentados. Marcos Frota e Spacial tiraram animais do picadeiro, mas mantêm a tradição do espetáculo com locutor.

Modernizar, sim! Mas tirar a essência do circo, não!

E, para finalizar, uma pergunta? Por que o governo desembolsou uma quantia gigantesca para trazer ao Brasil um circo estrangeiro e não incentiva os circos genuinamente brasileiros? Será que o erro não está nos próprios circenses, que não pensam no circo como uma empresa? Será que o erro não está nos donod de circos, que formam uma classe completamente desunida?

As perguntam são muitas, mas a única certeza é a de que reinventar o circo com o bolso cheio de dinheiro é muito, muito fácil!

6.20.2006

DE NOVO A MESMA HISTÓRIA
Não é a minha intenção ser repetitivo, muito menos melancólico. Mas esse texto foi escrito numa noite de total desânimo. Estava, mais uma vez, tentando entender por que meu circo teve um fim tão rápido. O que eu quero é uma explicação, só uma explicação...
Era dia 26 de agosto de 2005. Naquele dia, 30 pessoas trabalhavam arduamente com apenas um objetivo: estreiar o Circo Strapazzon, aquele que para muitos era a promessa de um circo realmente inovador e que seria uma casa de ambiente agradável para os que lá trabalhassem, visto que todos que lá estavam eram amigos e grandes profissionais. Neste dia, todo o sonho seria realizado, todo o trabalho de nove meses chegaria ao seu ápice. Nove meses, uma gestação. E foi uma gestação complicada, cheia de altos e baixos. Mas no dia 26 de agosto o circo iria, finalmente, nascer.
Cada um na sua área, todos trabalhavam sorrindo, felizes e cheios de boas perspectivas. O Chumbrega ajudava seu filho Fabiano a coordenar os empregados que terminavam de montar a lona. O Benê e o Tuiuiú ajustavam o som enquanto a mãe do Tuiuiú, a amável dona Lili fazia os retoques finais na linda cortina de veludo vermelho com detalhes dourados que ela mesma havia confeccionado. O Ênio, o Miguel, o Diego e o Choks montavam o globo da morte, a Dona Lizete ensaiava os bailados com as meninas do circo... A Paulasubia no tecido, a Sílvia arrumava o barzinho, o Paulo montava o picadeiro, o Americano, eficiente secretário, corria a cidade, acertando as documentações com a prefeitura, os bombeiros e a polícia cívil, a Janaína preparava-se para abrir a bilheteria e eu, em meio a um chamado e outro, entre um problema resolvido e outro que ainda precisava resolver, entre um documento e outro para assinar, não sabia se estava sonhando ou vivendo a realidade. Estava me sentindo a pessoa mais realizada desse mundo. Foram várias as vezes emq ue eu parei o que estava fazendo para rezar e agradecer à Deus tudo de bom que estava me acontecendo.
Inacreditável como todos confiavam em mim e acreditavam no sucesso do circo. Dona Sílvia era só sorrisos. Marlon, meu grande amigo, já fazia planos para o futuro. Edilton assessorava os atores da rede Globoque havíamos contratado para a estréia. Seu Martin ensaiava seu número de folclore argentino. Tudo precisava estar perfeito exatamente às 20:30.
Mesmo com tanta ansiedade, foi impossível estar no circo e, ao ver tudo pronto, não lembrar de vários fatos marcantes como:
_ Cada lantejoula que dona Lili bordava na cortina era motivo de festa. Ao todo foram 10 mil lantejoulas e 10 mil vezes repetida a frase "Está ficando linda, ainda mais linda!"
_ A mesma dona Lili foi responsável por pintar as carretas, deixando-as novas e lindas. A cada letra pintada, novas perspectivas, novos elogios. A esperança de que tudo daria certo se renovava.
_ Lembrei da chegada do ônibus do Chumbrega no terreno onde estávamos instalado. Foi emocionante. Chumbrega estava feliz, satisfeito e cheio de energias positivas para a nova jornada. Ele estava entusiasmado, e mais do que isso, ele acreditava no nosso projeto e disse ter a certeza de que tudo daria certo. A chegada do ônibus do seu martin e da dona Lizete também foi muito marcante. Fomos buscá-los durante a noite, em uma cidade próxima e eles demontravam satisfação em estar no meu circo.
_ A cada nova contratção, uma festa. Americano vibrava junto comigo. O Americano foi um grande companheiro, assim como o Marlon, que num dia de muitos problemas, decidiu benzer o circo junto comigo com sal e água bentos.
_ Os conselhos da dona Lizete sempre me fizeram bem. Ela sempre me passou boas energias.
_ Max, o homem pássaro, foi, talvez, o mais injustiçado com tudo o que aconteceu, pois foi o único que permaneceu comigo até o fim. Era um bom artista e um funcionário versátil, além de ser um grande amigo. Além de realizar seu belo número, assessorava a paula no tecido, me ajudava na magia, dirigia o carro de propaganda, entregava panfletos nas ruas e ainda me dava força para continuar na batalha. Tudo isso, sem nunca reclamar de nada. Max é aquele tipo de pessoa que você pode contar sempre.
_ Lembrei do suor do Chumbrega escorrendo pelo seu rosto. aos 62 anos, ele pegou firme na montagem do circo. Pensei no esforço do Fabiano para que tudo estivesse pronto até aquela sexta-feira; na missa preparada pela dona Lizete para o dia da estréia; no Americano dizendo que tudo seria um sucesso; no Cigano montando seu aparelho de arame alto e dizendo que trabalhava melhor quando eu o anunciava.
_ E o Baixinho? Como eu poderia esquecer do Baixinho? Ele foi uma figura que até hoje não consegui definir. Era mentiroso... E como mentia! Mas tinha um bom coração e estava sempre querendo ajudar. Numa dessas tentativas de ajuda, o Baixinho me levou até uma vila de Alvorada, cidade mais perigosa do Rio Grande do Sul, para que eu conseguisse dinheiro com um agiota, para que o circo saísse do sufoco. Após mais de 4 horas, desisti de esperar o tal agiota e fui embora. Toda essa história de agiota não passara de invenção do Baixinho, mas ele havia mentido tudo isso com o intuito de me dar esperanças para continuar com meu circo.
_ Lembrei do roteiro que preparei, com tanto planejamento, com base na distância de uma cidade para outra e número de habitantes. Também levava em conta o tempo em que a cidade estava sem receber circos.
_ Enfim, me passou pela cabeça todo o esforço, toda a luta e a garra que foi necessária para colocar aquele circo de pé.
E agora ele estava de pé! E estava lindo!
Montamos um espetáculo maravilhoso, ágil, com uma bela trilha sonora e com uma linguagem realmente moderna. Finalmente, estava tudo pronto.
Mas o horário da estréia foi chegando e junto uma grande preocupação: faltavam menos de meia hora e até aquele momento ninguém, absolutamente ninguém havia comprado ingresso. E o pior, ninguém passava na frente do circo. As ruas ficaram desertas de uma hora para outra.
Neste momento eu me perguntava o que havia de errado. A praça era boa, uma cidade com grande poder aquisitivo, mais de 300 mil habitantes. Estávamos no centro, o circo estava bonito, a propaganda(embora Edilton não concordasse) estava na rádio, no jornal, no carro de som e nos panfletos e ainda estávamos anunciando a presença de dois atores da Malhação. Resumindo, nada estava errado.
Mas ninguém compareceu. NINGUÉM! Nem para pedir informação. Isso foi para mim, uma punhalada e Edilton não poupou críticas.
Mas por incrível que pareça, os artistas não se abalaram e ainda organizaram um churrasco. apesar de não demonstrar, eu já estava, naquele mometo perguntando à Deus se toda aquela minha felicidade havia acabado.
No sábado, tudo se repetiu. Cancelamos todos os espetáculos. No domingo também não trabalhamos. Na segunda-feira, todos receberam uma parte do salário, dinheiro oriundo do pagamento do trailer que tinha vendido. Mobilizei um grupo para irmos nas escolas, para marcarmos matinês escolares.
Estreiamos na quarta-feira, às 9 horas da manhã, para aproximadamente 400 alunos. Foi uma alegria e uma emoção indescritível. No final do espetáculo, Marlon me abraçou e disse: " Enfim, estreiamos. Agora, ninguém mais nos segura!"
Não conseguiria escrever aqui o que estava sentindo. Tudo estava saindo tão perfeitamente bem, tudo estava tão impecável que parecia que o circo tinha anos de estrada. As professoras elogiaram tanto que fez com que o espetáculo das 14 horas fosse ainda melhor. Enquanto apresentava o espetáculo, pensava em levar logo o circo para Sapucaia do Sul, minha cidade, para que minha família pudesse assistir ao show que eu havia produzido. Achava que eles iriam se orgulhar de mim. O espetáculo realmente estava com um alto nível de qualidade. Mas o tempo foi passando e muitas coisas foram acontecendo. Enfrentamos três temporais originados de ciclones extra-tropicais em menos de 3 semanas. Um grande circo contratou a família do Chumbrega, desfalcando, e muito, o espetáculo; macumbas apareciam com frequência nos terrenos onde o circo se instalava; a falta de dinheiro já estava abalando a todos; as cobranças eram cada vez maiores; a falta de público cada vez mais rotineira e os problemas se multiplicavam. Quando olhei para todos os lados, acuado, e não vi nenhuma luz, me desesperei e decidi fechar o circo e desistir de todos os meus sonhos e ideais. Totalmente sem esperanças, conversei com todos os artistas e empregados, um por um. Fui sincero e honesto com todos, expliquei a situação e me segurava para não desabar. Precisava parecer forte e determinado.
Mas foi impossível permanecer forte ao ver Lully chorando e se perguntando o porquê do fracasso; ou ver Max, desacorçoado e chorando, sentado na beira da calçada, sendo consolado pela sua esposa. Todos estavam desolados e eu não sabia o que fazer da minha vida. Tudo virou de cabeça pra baixo rapidamente e o sonho virou pesadelo. Perdi tudo o que tinha: trailer, carro, aparelhagem de som e iluminação, aparelhos de magia, e até minhas clavas de malabares. Precisei me desfazer de tudo para pagar dívidas. E muitas ainda não foram pagas. Sem contar que prejudiquei financeiramente, e muito, minha mãe e meu pai, que me ajudaram em tudo o que puderam.
Aos que ainda não receberam, peço paciência. Aos que em mim acreditaram, peço desculpas. Me desculpe Max e Jose, Patrícia e Miguel, Chumbrega, Marcos Bonaldo, Martin e suas respectivas famílias. Me desculpe, dona Lili, Tuiuiú, seu Hildo. Enfim, peço desculpas a todos que me seguiram nessa jornada. Me desculpe pai e mãe, por tudo. Me desculpe Bel, por não ter dado a atenção e o carinho que você merecia.
E agradeço de coração à todos que torceram, que rezaram e que enviaram energias positivas para mim e para todos que estavam no meu circo.
Já se passaram quase 10 meses que tudo aconteceu e eu ainda não entendo o motivo desse fracasso tão fulminante, afinal, era unanimidade, tínhamos tudo para dar certo.
Foi macumba? Foi falta de trabalho? Foi despreparo? Foi puro azar? Não sei!
Hoje, olho para trás e vejo tudo o que perdi. E ao olhar para o futuro não vejo nada. Não tenho perspectivas de construir tudo novamente, embora minha mente ainda se encha de planos, idéias e vontades.
Penso que fui fraco demais, que não deveria ter esmorecido. Quems abe, se eu tivesse pensado um pouco mais, teria achado a solução para a crise. Sei que serei criticado por muitas pessoas por tamanho desânimo, principalmente pelo meu tio Jaí, mas falando francamente, hoje só me resta a sensação de que fiz tudo errado, de que todos os anos em que trabalhei para adquirir as coisas que perdi foi jogado fora.
Queira Deus que um dia eu escreva neste blog que eu estava enganado e que tudo o que me aconteceu não passou de uma fase. Deus é quem sabe.

6.13.2006

Tenho cara de bandido?


Eram duas horas da manhã de domingo, dia 11 de junho. Estava dentro de um gol branco, entre amigos, voltando para o circo, após algumas horas de diversão numa lanchonete de Itapetininga, interior de São Paulo. De repente, quando passávamos em frente a um outro bar, que estava cheio de gente, uma viatura da polícia faz sinal solicitando nossa parada. Paramos o carro, descemos e fomos tratados como se fóssemos bandidos da mais alta periculosidade. Com armas apontadas para nós, tivemos que obedecer todas as ordens dos policiais, que nos revistavam centímetro por centímetro do corpo. Após a revista, revirou literalmente o automóvel do meu amigo, certamente, a procura de drogas.
Após, pediu meus documentos, juntamente com os documentos do automóvel. Foi então que perguntei se as pessoas de bem poderiam ser humilhadas na frente de todos daquela maneira. O policial, severamente disse que aquilo não era humilhação, mas eu afirmei ser sim uma grande humilhação. Afinal, sou uma pessoa de bem, não tenho cara de bandido, trabalho, e não concordo com a maneira com que fui abordado. Enquanto eu estava sendo revistado e HUMILHADO pelos policiais, milhares de bandidos estavam roubando, matando e usando drogas. Mas EU é que estava sendo revistado. A Suzane Richtofen está solta, usufruindo as mordomias da casa de seu tutor. O Pimenta Neves está em liberdade. E eu estava ali, de pernas abertas, encostado no carro, com as mãos na cabeça e com os dedos cruzadfos, sendo tratado como se fosse bandido!!!
No momento em que estava sobre a mira dos revólveres dos policiais, os "homens da lei" , foi impossível não pensar nas pessoas que já morreram inocentemente em abordagens assim.
Por isso fiquei indignado.
Após toda a revista, o policial devolveu os documentos a todos, e disse que aquele era o trabalho deles. Eu dei um ingresso de camarote e disse que era pra eles irem nos assistir para comprovarem que éramos pessoas de bem, e não bandidos.

3.07.2006

O RACISMO E O CARDIOLOGISTA

Não é de hoje que o racismo é pauta dos jornais. Mas a cada novo acontecimento envolvendo brancos e negros que se insultam, seja através de xingamentos mútuos ou gestos, as manchetes voltam às capas. Agora, os personagens dessa velha e antiga história são os jogadores de futebol dos times Grêmio e Juventude. O do Juventude, após ser expulso de campo, fez um gesto preconceituoso para o jogador do Grêmio, referindo-se à cor do adversário; embora negue. E por isso, dirigentes, esportivos, comentaristas de TV , jornalistas e, é claro, pessoas ligadas aos movimentos negros estão pedindo a cabeça do jogador. Não querem suspensão de mais de 400 dias. Querem o fim da carreira do jogador do time de Caxias do Sul. Estão clamando pela sua aposentadoria.

Mas afinal, o que fez o jogador do Juventude é tão grave assim?

Bem, sabe-se que os jogadores de futebol, durante a partida, ficam extremamente agitados, são pressionados o tempo inteiro. Quando querem, se transformam em grandes artistas. Mas não estou falando das habilidades que eles mostram com a bola nos pés, não. Falo que são grandes atores, na hora de cavar uma falta, de expressarem dor, de demonstrarem profundas indignações, de implorarem por um pênalti onde não existiu. Os jogadores de futebol demonstram uma sensibilidade, um senso de justiça fora do comum, mas não exitam em implorar por um pênalti que vai definir o jogo, mesmo que esse pênalti nunca seja sofrido.

A dor desse jogador do Grêmio, que chorou em uma entrevista, será verdadeira? Muitas vezes os próprios negros são preconceituosos. Sim. Sei que estou em um campo delicado, mas mantenho meu ponto de vista. Dá para contar nos dedos os negros ricos que se casam com negras pobres. Olha, pra falar bem a verdade, estou pensando em nomes desde ontem, mas só o que consigo me lembrar é o do cantor sambista Dudu Nobre, que é casado com a bailarina Adriana Bombom. Não lembro de nenhum outro. Juro! O próprio jogador, que se diz tão profundamente ofendido tem como companheira uma loira digna de capa da Playboy.

Veja bem, não sou racista. Tenho amigos negros, para os quais demonstro maior respeito e carinho. Não aprovo atitudes como relacionar negros com macacos; isso é ofensa. Mas no caso do jogador do Juventude, não vejo algo tão grave. Durante minha infância e adolescência, na escola, por muitas vezes fui chamado de alemão batata, barata branca, polaco, galego, branca de neve, pernas de eclipse, alemão; e nem por isso saí por aí querendo processar Deus e o mundo.

As dimensões que a mídia do país inteiro deu à esse caso ultrapassou a infeliz história do cardiologista que foi assassinado por bandidos em Porto Alegre, quando acionava o alarme de sua residência. Essa história sim, é digna da mais profunda indignação. Mas a mídia prefere dar ênfase às lágrimas do jogador, que ganha a vida correndo de um lado para o outro num campo de futebol, do que aos lamentos da viúva do cardiologista, que durante sua existência, salvou milhares de vidas. Estão condenando muito mais o jogador racista do que o assassino de quem dedicou sua vida à salvar a vida dos outros.

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Eu estive lá: Aproveitando o que aconteceu ontem nesta cidade e que virou manchete de todos os jornais da televisão, hoje vou estreiar essa coluna falando de Santo Antônio de Jesus, cidade do interior da Bahia, de aproximadamente 20.000 habitantes. Estive em Santo Antônio de Jesus em setembro de 2004, e fiquei apenas uma semana. Trabalhamos para pouco público e seguimos para Feira de Santana. O circo foi armado em frente a um cemintério desta pequena cidade, que mistura na mesma rua, o mini shopping, com meia dúzia de lojas; o hospital e dezenas de funerárias. Nunca vi tantas! Em todos os lugares, em qualquer beco, lá tinha uma funerária! E como morre gente! Nossa Senhora! Santo Antônio de Jesus é uma cidade muito misteriosa e, por isso, não me causou espanto saber que há dois dias caiu por lá o que supostamente é um pedaço de asteróide.

***

E por falar em viagens... Hoje embarco num avião da TAM rumo à São Paulo, para trabalhar, já a partir desta semana no Circo Spacial. A viagem é curta, mas o medo de avião é grande. Não me entra na cabeça a idéia de que uma geringonça gigantesca como o avião consegue ficar lá em cima, pertinho de Deus. É pura mágica, é puro milagre! Mas tudo bem. Aos meus amigos, deixo um abraço e a certeza de que são todos muito importantes para mim. E à todos da minha família, quero dizer que amo muito vocês. Estarão sempre me acompanhando onde quer que eu esteja. Logo estarei de volta, matando a saudade. Não estou mais correndo atrás de um sonho distante, estou seguindo aquilo que eu acredito, que tenho como objetivo. E agora, tudo vai dar certo! Continuem lendo meu blog, continuarei postando quase todos os dias, pois a partir de agora, novas aventuras virão e todas elas serão as minhas histórias... As Histórias do Strapa. Um grande abraço à todos!

3.06.2006

Dores
No decorrer do ano passado, fui acometido de três grandes dores físicas. A primeira foi uma dor de dente que me obrigou a fazer um dolorido e caro tratamento de canal. Depois, veio uma dor exquisita do lado esquerdo da cabeça. A dor era muito forte e perdurou por oito dias e oito noites ininterruptas. Era indiferente estar deitado, sentado, de pé ou ajoelhado, a dor não passava. E era apenas no lado esquerdo da cabeça. No início do nono dia, a dor estava mais amena, foi quando percebi que parte do meu rosto começava a ficar paralizado. E foi na hora em que escovava os dentes, que descobri que aquela dor era prenúncio de uma paralisia facial, que deformou meu rosto por um bom tempo, me obrigou a usar óculos escuros durante muitos dias para proteger o olho que não fechava, a pingar colírios muitas vezes ao dia para que a retina não secasse e a fazer 30 sessões de fisioterapia. Isso mesmo, o meu rosto só voltou ao normal depois de 450 minutos de choque, 450 minutos de exercícios faciais e 450 minutos de massagens. A foto ao lado mostra exatamente como eu fiquei. E, por fim, quando estava indo para a última consulta com o neurologista que cuidou da paralisia facial, fechei a porta do carro com o meu dedo indicador da mão direita dentro. É engraçado que logo quando você bate forte no dedo, por alguns segundos você não sente dor, mas depois que começa a latejar, ninguém aguenta. A unha arroxou instantâneamente e meu coração parecia ter descido para a ponta do dedo. E como latejava! E como doía! No outro dia fiz o tal chuveirinho (a enfermeira pega sua unha e faz diversos furos com uma agulha grossa para que o sangue saia) e pensei que a dor fosse passar, mas estava enganado. Demorou alguns dias, mas passou.
Mas nenhuma dessas dores físicas é maior do que ver um grande sonho indo por água abaixo, ou ver sendo desperdiçada uma grande oportunidade de sua vida. Também passei por isso ano passado, o que já descrevi em outro post. Troquei o certo pelo desafio e me dei mal. Vi escorrer de minhas mãos uma grande chance, como a areia que escorre por entre nossos dedos. No dia em que resolvi fechar meu circo, lembrei dos nove meses em que batalhei para colocar tudo aquilo de pé. Lembrei das alegrias, das angústias, do nervosismo, dos telefonemas, das contratações, das latas de tintas que banhavam a ferragem do circo e davam-lhe um ar de novo, da costureira confeccionando a cortina, de tudo... Lembrei também dos temporais que quase colocaram o circo no chão, dos artistas indo embora para outro circo, das reclamações de falta de pagamento, da omissão do meu sócio diante da crise, das críticas que vinham de todos os lados e das pessoas que só vinham atrapalhar... Foi uma fase muito difícil, mas que não me fez desistir do meu sonho. Apesar de todo o prejuízo, ainda acredito no circo. Ainda creio na possibilidade de se fazer algo novo, de mostrar às pessoas a arte verdadeira, de transportar o público a um mundo onde tudo é possível.
Agora estou indo para São Paulo, vou trabalhar no famoso Circo Spacial. Assim como as dores físicas que senti em 2005, a dor psicológica também está passando. E 2006 promete!
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E por falar em Circo Spacial: Veja como são as coisas da vida.mais de 15 anos o Globo repórter fez uma reportagem sobre o Circo Spacial, mostrando o espetáculo e os bastidores. Um primo gravou o programa a meu pedido e eu vi e revi a fita mais de cem vezes. Na época, eu era um pirralho que brincava de circo na garagem da minha casa e sonhava em um dia ser um circense. Hoje, depois de tanto tempo, vou pisar naquele picadeiro que foi o foco das atenções da reportagem que vi há 15 anos atrás.
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VOU LANÇAR UM DESAFIO
Há alguns dias atrás eu soube, através de uma amigo que trabalha no circo do Marcos Frota que um dos gerentes de lá debochou do fato de meu circo ter fechado. Me caluniou, proferiu palavrões associando meu nome, riu deslavadamente por eu ter fracassado. Os argumentos do meu amigo, que disse os reais motivos de eu ter fechado o circo não cessaram as gargalhadas desse abominável ser, que fica altamente feliz com a desgraça dos outros. Não bastaram pra ele saber que eu estava mantendo o circo com muita garra; que os artistas estavam indo embora, um a um; que o dono do Circo Bremer contratou a principal família do meu circo, só para me ver de pernas quebradas; que os temporais e a ameaça constante de ciclones extratropicais nos angustiavam; que meu sócio (apesar de mandar dinheiro) ficou apenas um dia, criticou o material, criticou o trabalho realizado até então, fez comparações desproporcionais, desmotivou, e abandonou o barco; e por fim, que tudo, absolutamente tudo deu errado. Não teve um dia sequer sem chuva.
Mas agora, quem pergunta sou eu. O ser intragável disse ao meu amigo que eu era incompetente. Ok, é a opinião dele e eu respeito. Mas agora eu quero saber, se esse ser é tão competente, me responda, por favor:
1) Por que o circo do Marcos Frota está em franca decadência? Já que esse senhor é tão competente, o circo deveria estar sempre com sucesso de público e crítica, o que não acontece há muito tempo. E além do mais, o circo carrega o nome forte de um dos mais carismáticos atores da Rede Globo... Essa decadência é inconcebível.
2) Como explicar a lona gasta com o tempo, cheia de furos e rasgos, por onde passa a água da chuva e molha os artistas que estão trabalhando e os espectadores? Um circo com um gerente tão inteligente poderia ter uma lona moderna, tencionada, importada da Itália, não acham?
3) Por que a insatisfação geral dos artistas? Se é tão bom trabalhar nesse circo, que tem, repito, um gerente tão sensato e competente, por que será que 70% da bela companhia já foram embora, e outros tantos estão trabalhando descontentes?
4) Por que o espetáculo tão fraco, sem os grandes números de antigamente? Um grande gerente, como esse senhor se autoproclama não poderia dar mais atenção às fofocas do barzinho do que ao espetáculo em si, até porque o espetáculo é o carro chefe do circo. Ninguém vai ao circo apenas para tomar um refrigerante ou comer uma pipoquinha...
5) Um circo que tem um gerente tão esperto jamais poderia deixar escapar artistas do gabarito de alguns que foram embora por besteiras.
6) Onde estão os grandes patrocinadores? Por que grandes empresas deixaramd e associar seus nomes ao nome do circo? Um bom gerente não pode perder grandes oportunidades. E jamais pode deixar de dar sequência a parcerias tão grandiosas.
7) Por fim, lanço um desafio. Eu desafio esse senhor que debocha de mim, que se acha o dono do mundo a gerenciar um circo sem o nome do Marcos Frota. Um circo comum, como o meu e muitos outros que existem no Brasil. Eu desafio esse senhor a ser gerente de um circo com qualquer nome, que não tenha vínculo nenhum com atores da televisão. O desafio está lançado. E se, por ventura esse senhor aceitar meu desafio e obter êxito, eu assumo o compromisso de ser seu ESCRAVO pelo resto da minha vida, trabalhando em seu circo apenas pela comida, e fria, de preferência.
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Merece Aplauso: A velhinha da propaganda da cerveja Boêmia, que fala: Muito mais xaborosa... É uma graça.
Merece Vaia: A irritante Rafaela, aquela que fica repetindo insistentemente 31 31 31, no BBB e durante toda a programação da Globo. Um saco!

1.30.2006

O Mundo virou de cabeça para baixo!

Acabo de ler a revista Época desta semana. E adivinhe quem está na capa: Bruna Surfistinha! Isso mesmo. A revista da editora Globo não está preocupada com os temporais que mataram Brasil a fora, nem com a crise política, tampouco com o surto de dengue que apareceu em Fortaleza. O importante é glomourizar a dona Bruna. A revista traz dados importantes para quem deseja entrar na 'profissão da moça', como um quadro comparativo entre os salários, os investimentos e o tempo gasto em preparação entre uma diarista, uma dentista, uma diretora executiva e uma prostituta de luxo. Pobre diarista, tem rendimento médio mensal de R$800,00, com seu trabalho honesto e esforçado. A dentista estuda em média cinco anos, tem um alto investimento entre os estudos, os equipamentos e o aluguel de consultório, e recebe por volta dos R$5.000,00. A diretora executiva leva em média de 15 a 20 anos para ter esse status e ganhar (nas grandes empresas) até R$20.000,00 mensais. Já a prostituta... quer dizer, a provedora de prazeres carnais de luxo pode chegar ao mesmo rendimento mensal que uma diretora executiva, já que seus programas chegam a R$700,00.

A revista ainda traz dados importantes: Bruna Surfistinha transou com 1.200 homens e já vendeu 80 mil exemplares de seu livro! Traz relatos de pessoas que elogiam seu livro e (pasmem!) ainda um teste para saber se voce sabe tudo sobre Bruna Surfistinha! Parece brincadeira. Época parece ter perdido o rumo jornalístico após a troca do seu diretor de redação, que aconteceu há duas semanas. As colunas mais saborosas de ler foram extintas e já estou pensando em mudar a assinatura para Isto É (talvez a mais imparcias das revistas semanais).

Bom, mas não só pelo fato de Bruna Surfistinha ser um fenômeno e estar virando ídolo nacional e da revista Época, que era ótima estar caindo de qualidade que o mundo está virando de cabeça para baixo. No Rio de Janeiro, 12 pessoas morreram na última sexta. Por causa da guerra do tráfico? Não. Com balas perdidas? Não. Por causa de um assalto? Também não. Morreram afogadas. E dentro do estacionamento de um shopping! Os temporais, as enchentes e outros elementos que mostram a fúria da natureza estão cada vez mais freqüentes e matando cada vez mais pessoas. Uma mulher jogou a própria filha de dois meses na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. A criança foi encontrada dentro de um saco de lixo, boiando na lagoa e já com sinais de afogamento. Isso nem pode se chamar de mãe. Isso é um monstro! O frio em países da Europa está matando assombrosamente e os tetos das casas estão se rompendo, tamanho é o peso da neve. Um motorista embriagado atropelou e matou 4 pessoas no Ceará; um acidente entre Minas e Goías matou 11 pessoas nessa madrugada; dois ônibus da mesma empresa se chocaram devido a uma ultrapassagem proibida e perigosa, matando 32 pessoas... A imprudência no trânsito faz cada vez mais vítimas. E por aí vai...

Enquanto isso, as rodas de conversa nas filas de banco, na padaria, no barbeiro está mais preocupada com quem vai ir para o peredão do BBB. Quem será que vai sair? O gordinho feio e pobre ou o fortão sarado que já 'pegou' duas gatas dentro da casa? Muito está se falando também no Romário que fez 40 anos e está em busca do milésimo gol. E mais pra frente, só se ouvirá falar em Copa do Mundo. Cruz credo!

Vendo tantas coisas cruéis acontecendo, chego à conclusão de que a Bruna Surfistinha precisa ser urgentemente alçada à condição de santa. Ela nem fez tanto mal assim para a humanidade. E, do jeito que as coisas estão, daqui uns dias, a mãe que jogou sua filha na lagoa, será capa da revista Época com o título: A mãe dos tempos modernos. E o sub título: Aprenda a ser como ela!

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Um grande acontecimento: Quero parabenizar minha grande amiga Fernanda Souza da Silva pela sua formatura no curso de jornalismo pela Unisinos, no último dia 27. Foram anos de estudo, esforço e dedicação, mas que valeram a pena. Hoje, ela já é uma grande jornalista do Grupo RBS. À você, Fernanda, todo o sucesso do mundo! Voce é um exemplo de que no mundo ainda existe gente do bem. É muito bom ser seu amigo.

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Deu no Jornal: A oposição está tentando desgastar o governo Lula de todas as maneiras possíveis. Agora, querem um salário mínimo de R$400,00. Lembre-se de que Lula prometeu em sua campanha um salário mínimo de U$100,00; o que seria hoje em torno de R$230,00. Quando Lula assumiu, o salário mínimo era de R$200,00. A hipocrisia na política é tanta que chega a dar raiva. Ver o ACM Neto pregando justiça é tão ridículo quanto Bruna Surfistinha condenar a prostituição. Será que já está esqucido tudo de ruim que seu avô fez? ACM é a escória da política. Por que o PFL não foi tão bonzinho assim quando estava no governo, ao lado de FHC, que quando assumiu o governo encontrou um salário mínimo de R$100,00 e entregou com R$200,00; oito anos depois?

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Merece Aplauso: Mesmo que não tenha sido por vontade própria e sim por pressão da mídia, a diminuição do recesso parlamentar e o cancelamento do pagamento extra aos deputados e senadores foi uma grande passo a favor do povo. Merece aplauso!

Merece Vaia: A candidatura do Governador Rigotto à Presidência da República. Será que ele pretende repetir em plano nacional a péssiam administração que realizou no Estado? Pobre brasileiros!

1.19.2006

Merece Aplauso: A novela Belíssima. Tem uma história intrigante, ótimos atores e atrizes e prende o telespectador. São tantos mistérios, tantas tramas que cada capítulo parece ser o penúltimo. Salve Sílvio de Abreu!

Merece Vaias: O Big Brother Brasil 6. Eta programinha ridículo. Será que os telespectadores ainda acham que ali naquela casa nada é combinado? Ah, por favor! Inclui na lista o Casamento à Moda Antiga, que também é um show de inutilidades.
Vale a pena ser bom?
Vejam só! A vida de Bruna Surfistinha vai virar filme! Para quem não sabe, Bruna Surfistinha, quando criança vivia em um orfanato e teve a sorte de ser adotada por uma boa família de classe média alta, mas, aos 14 anos entrou para o mundo das drogas e começou a roubar seus pais para manter o vício. Aos 17, fugiu de casa e tornou-se prostituta. Pouco tempo depois, descontente por ter que pagar comissão ao cafetão, tornou-se empresária de si mesmo e passou a agenciar seus próprios programas, dobrando o valor do cachê. Tornou-se famosa por relatar detalhes por detalhes seus programas em um blog na internet. Em um de seus programas, fisgou o coração de um rico empresário, que, para se casar com a moça, deixou para trás a mulher e dois filhos. Agora, aos 21 anos, Bruna decidiu se aposentar e escrever um livro. Resumindo: Em quatro anos de "trabalho", Bruna Surfistinha juntou cem mil reais na poupança, comprou apartamento e carro do ano, arranjou um casamento com um empresário, seu livro já é um dos mais vendidos e com certeza, seu filme será um sucesso. Carreira promissora, a da moça!
Não sou ninguém para julgá-la, mas, do ponto de vista ético, moral ou religioso, essa mulher fez muitas coisas erradas. Furtou, se drogou, vendeu o corpo, traiu centenas (ou milhares?) de mulheres, esposas de clientes, e dilacerou uma família, a do empresário. Mas ela está sob os holofotes. Tem espaço na mídia, dá entrevista em vários programas de televisão, e está tendo sucesso.
Suzane Von Hichthofen planejou o assassinato dos próprios pais. Seu namorado executou o plano, em companhia do irmão, enquanto os pais de Suzane dormiam. Com o maior sangue frio, Suzane e o namorado foram "comemorar" a morte dos pais em um motel. A garota foi presa, perdoada pelos familiares e hoje está usufruindo da liberdade.
Wilma Martins roubou da maternidade duas crianças. Provocou a desgraça de duas famílias, que, por anos, viveram a angústia provocada pela incerteza. Foi um monstro na vida dessas pessoas. Foi presa, mas no último domingo, recebeu um presente de um juíz, que permitiu que a ladra de crianças cumprisse a pena em regime semi aberto. Em breve, estará completamente solta, e livre para cometer mais crimes.
Agora vamos ver o lado de uma pessoa que nasce em uma família pobre, estuda em uma escola pública, sofre para conseguir vaga em uma universidade federal (se é que chega na universidade), sofre ainda mais para conseguir um emprego, sofre ao ver o salário (geralmente baixo, que mal dá para as contas), e sofre eternamente ao ver a vida patinar, patinar e patinar. Morre sofrendo, por ver os filhos repetindo a mesma história...
O mundo de hoje tornou-se uma incrível banalidade. São aplaudidos pessoas como a Surfistinha, como os BBBs, como os políticos que trocam dentaduras por votos. Há poucos meses, Roberto Jéferson, um dos mais bandidos e corruptos políticos brasileiro, quase foi alçado a herói nacional. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, é um assassino, mas é o homem mais poderoso do mundo. Fernandinho Beira Mar, apesar de preso, continua mandando e desmandando, lucrando e tirando vidas.
Analisando tudo isso, me pergunto qual é a lógica do mundo? Qual é o sentido da vida? Se é que existe justiça divina, ela deve estar passando por um tempo de recesso.